E assim foi...
"Já" para alguns e "ainda" para outros.... assim se passou um mês vivendo em plena mudança, em isolamento e com a cabeça a mil. Sim, apesar de ser psicóloga e falar, ajudar os outros como eles podem se controlar, também temos nossos momentos: de ansiedade, pensamentos acelerados, medos, inseguranças... e constantemente procurando trabalhar para que passemos da melhor forma possível por mais essa situação.
Acho que a palavra sim é se reinventar. Para algumas pessoas profissionalmente, outros em função de viver em família como a muito tempo não se vivia ou mesmo ter que se virar pela falta de apoio de familiares que hoje precisam ser cuidados, outros se adaptar a um período sozinho com você mesmo, sem interações pessoais, a questão financeira pesando para milhões que estão sem trabalhar e o medo constante de quem está trabalhando, mas não se sabe até quando!
Nossa... cada um dentro da sua característica buscando se sustentar em suas crenças, rezas, esperanças, ferramentas... uma infinidade de coisas de onde tiramos forças. E as vezes o sentimento de desespero no meio de tudo isso. Tantas coisas estão sendo faladas, lives em excessos de informações com receitas prontas de solução ou mesmo de ideias discutidas como se 'cozinhássemos' um pouco nossos sentimentos nesse momento! O que fazer, o que assistir, que informação devo considerar, e como trabalhar tudo isso "aqui dentro"? Pra mim foi desafiador ficar comigo mesma durante esse tempo. Minha rotina era cercada de tantas coisas pra fazer no dia a dia que de repente me vi sem trabalho na empresa que atuava, com minha renda diminuindo cada vez mais e eu com medo, pensando, até quando isso vai perdurar? Como eu quero que as coisas voltem ao normal para eu conseguir voltar a rotina de atuar em uma empresa, rever as pessoas, ter a liberdade de ir e vir... "Mas Adriana, você tem o consultório." Sim!! E Ele me salvou em vários momentos porque consegui manter uma das minhas atividades ativa, mesmo reinventando a forma de realizar as sessões! Mas para uma pessoa ativa de em média 60 horas semanais de atividades entre empresa, consultório de repente ter apenas 16 horas, imagina como minha cabeça ficou durante um tempo. Procurava coisas pra fazer dentro de casa direto. Então tive que sim, me reinventar no sentindo de aproveitar esse tempo para eu conseguir me re-conhecer, me re-conectar mais. E rever algumas coisas pra mim, de como quero minha vida.
E esse momento que eu divido com vocês! Percebi as pessoas que realmente me querem próxima. Tive que lidar com algumas frustrações no que se refere a manutenção das relações. As vezes é difícil percebemos que algumas pessoas estão na sua vida por uma questão de ocasião! E com isso o peso é outro. Tive que me reinventar em gastar minha energia que sentia acumulada no meu corpo, parecia que tinha a sensação de explodir em alguns momentos. E sim, exercícios ajudaram, mas também trabalhar minha mente para mudar minha visão desse período. E o que eu podia fazer por mim mesma. E minha família, que acima de tudo, mesmo cada um na sua casa me fortalece para eu conseguir me manter sadia. E em quem posso me apoiar! Tudo que vivemos tem dois lados. As dificuldades são inerentes e imensuráveis para quem está vivendo. Mesmo com toda a empatia que temos, nunca conseguimos saber exatamente o que a pessoa está passando!
Mas temos que aproveitar esse momento para aprender. E não estou falando só da parte técnica, comportamental... mas da espiritual também, aquela que nos faz acreditar em milagres ou possibilidades, aquela que nos dá força, que permite nos conhecermos para eliminar nosso orgulho, dividir nossos medos, inseguranças, assumir nossas escolhas e desejos. E darmos o primeiro passo de que vamos construir algo novo depois dessa etapa. Como pessoa no âmbito pessoal, mas como sociedade também!
Saiba que eu não sou mais a mesma. E você também não será! Então hoje vivencio essa fase com base em Gratidão! A que você irá agradecer?
Adriana Kalil - Psicóloga e Coach.
Skype: adriana.fiuza.kalil - Cel. (11) 99901-0801.