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O que é se envolver?

Como se relacionar com alguém e deixar essa pessoa entrar em sua vida?


Hoje, mais do que nunca, temos vivido tempos onde as pessoas parecem estar em um conflito de querer alguém para dividir a vida e ter um companheiro(a), mas ao mesmo tempo, não abrirem mão de suas vidas já dinamizadas e automatizadas.


Qualquer relação humana é formada através do envolvimento de um com o outro e da doação de si mesmo nesse processo. No entanto, as pessoas parecem demonstrar uma superficialidade quanto a si e ao outro, no sentido de não poder se mostrar para alguém ou mesmo se envolver antes de adquirir uma “certeza quanto à segurança ou confiança” de que vai dar certo. E com isso, eu penso e pergunto: como vamos confiar ou estabelecer segurança com alguém se não abrirmos espaço para isso acontecer?


Fazendo uma analogia, é como se todos em busca de um relacionamento ou de uma pessoa tivessem em um ponto de partida, a princípio visando uma única direção ou objetivo e, na hora da largada, cada um passa a andar para o lado oposto a direção… e ao invés da aproximação, da chance ou da construção, vamos fugindo e nos resguardando para onde já estávamos acostumados, habituados apesar de, ao mesmo tempo, não querermos, reclamarmos e sofrermos com a condição de estar “sozinho”.


E esse comportamento só reforça a ansiedade e a auto realização das profecias, ou crenças que são criadas e acreditadas e, que estão relacionadas aos medos, inseguranças, dores ou frustrações de cada um, que não querem sofrer ou vivenciar em função de alguém. E mais uma vez, o ser humano está focando sua vida querendo evitar o futuro indesejado, sem construir, se arriscar ou buscar pelo futuro desejado.


Os relacionamentos só acontecem quando as chances são permitidas, vivências são criadas e trocas estabelecidas. A dúvida sempre vai acontecer e existir quando você se entrega emocionalmente ao outro. E essa entrega é difícil sim de fazer. Mas como estabelecer essa construção se você não fizer por onde, ou não se permitir? E isso estou falando dos dois lados envolvidos.


A condição de ficar “em cima do muro” faz sim você evitar sofrimentos, frustrações e dores. Mas também te impede de construir realizações, sentir alegrias, aproveitar os apoios emocionais e sentimentos positivos.


O que as pessoas esquecem é de conversar para que essa entrega seja favorável aos dois. Então reflita:

  • o que você realmente quer ao pensar em se relacionar ou procurar por isso;

  • como quer que esse relacionamento aconteça;

  • quais os seus medos e inseguranças envolvidos nessa nova possibilidade de se relacionar;

  • e de que forma você olha para essa pessoa parceiro(a) e visualiza esse crescimento em conjunto…

Só dessa forma, olhando para si mesmo e entendendo seus medos, inseguranças, sua exposição poderá acontecer. A exposição ou abertura para receber um apoio ou ajuda é um momento de vulnerabilidade, mas isso não significa fraqueza ou fragilidade. Mas sim, um momento de troca entre duas pessoas que estão definindo uma direção a seguir. A conversa e o respeito envolvido de um para com o outro, e a clareza nessa conversa é o que faz a diferença em um processo de construção. Porque só assim os dois conseguirão largar juntos e criar estratégias para chegar na linha de chegada, seja ela qual for!


Adriana Kalil

Psicóloga e Coach


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